A brasileira Eliete Tordin expõe em Lisboa

por / quinta-feira, 05 fevereiro 2015 / Publicado na categoria: Sobre Eliete Tordin

A brasileira Eliete Tordin expõe em Lisboa

Autodidata em Arte Naif, a brasileira Eliete Tordin, oriunda de Valinhos no interior de São Paulo, iniciou  suas atividades artísticas, ainda criança. Foi-se aperfeiçoando e realizou a sua primeira exposição individual em 1998, onde ganhou uma trajetória artística. Participa ativamente no movimento artístico da sua região, onde foi diretora da Associação dos Críticos de Artes de Campinas. A artista expressa em suas obras à beleza da região onde reside, foi precisamente isto que veio expor pela primeira vez individualmente, no continente Europeu, mais precisamente, na capital portuguesa, Lisboa. Eliete falou aoCulturaBrasil-Portugal, entre outros assuntos, da sua expectativa, de mostrar  seu trabalho  do outro lado do Atlântico numa exposição individual. CBP- Como você se descobriu artisticamente? Eliete Tordin – Passei minha infância entre a cidade de Valinhos, interior de São Paulo e o sítio (leia-se casa de campo) de meus avós, onde via aquela paisagem linda de figos e várias outras plantações e, comecei a por aquilo no papel, depois em telas. Não tinha muita noção do que estava fazendo, apenas estava colocando ali o que me tocava de alguma forma. CBP –Como aconteceu a  transição destes desenhos para se tornar artista Eliete Tordin? ET – Tive vontade de me expressar e comprei uma tela branca, tintas e pintei do meu jeito aquilo que tinha vontade. Até que uns amigos viram meu trabalho e me incentivaram  e só aí descobri que era pintura naif. Modos expressivos autênticos, originários da subjetividade e da imaginação criadora, se caracteriza pela ausência das técnicas usuais de representação (uso científico da perspectiva, formas convencionais de composição e de utilização das cores)  pela visão ingênua do mundo. As cores brilhantes e alegres – fora dos padrões usuais -, a simplificação dos elementos decorativos, o gosto pela descrição minuciosa, a visão idealizada da natureza e a presença de elementos do universo onírico são alguns dos traços considerados típicos dessa modalidade artística. 

 CBP – No Brasil. Já fez alguma exposição sozinha, aonde e quando?ET – Sim. Fiz várias exposições individuais e a primeira foi em 1998 em Valinhos. Depois tive outras oportunidades emcentros culturais do Banco do Brasil e do Banco Banespa, além de galerias. A mais marcante foi em 2009 a ECOART no Centro de Convivência Cultural de Campinas. CBP – Você nasceu e viveu em um dos maiores e mais ricos estado do Brasil, São Paulo. Qual a sua avaliação do reconhecimento do governo do seu estado pelos artistas? ET –Nenhum! O problema é que no Brasil as coisas são muito burocráticas. Para você conseguir um patrocínio ou incentivo é muito difícil, pois a classe artística não é unida e não temos nenhum apoio, nem do governo do estado e, nem do município. 

 CBP – Apesar de ter um trabalho reconhecido artisticamente, você tambem trabalha em outro sector. É artista então por hobby? ET – Não diria que seja um hobby, pois estou há  muitos anos aperfeiçoando meu trabalho. É um trabalho demorado, pois é muito detalhado e dedico meus finais de tarde e finais de semana para esse fim. CBP – Qual é sua expectativa de apresentar o seu trabalho a um povo de cultura, bem diferente do Brasil? ET – Já fiz duas exposições colectivas aqui, sendo uma em 2007 no Palácio Sotto Mayor em Lisboa e outra no Centro Cultural- Gil Vicente em Sardoal. A minha primeira exposição individual com grande expectativa está a decorrer entre 23/10 a 06/11/2010 e permanecerá na Art Gallery Colorida por mais 90 dias e espero, além de divulgar e mostrar meu trabalho, espero que as pessoas gostem da minha arte. CBP – Pretende levar este trabalho a outros países europeus? ET – Sim. Acredito que a Europa receberá bem meu trabalho, pois sei que a pintura naif brasileira é muito bem aceita pelos europeus. Pretendo expor na França, Espanha e outros países. 

Edna Quadros

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